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ir(Texto de Marlene Rossi Severino Nobre.)
Há muito chegamos à conclusão de que a Comunhão Espírita Cristã de Uberaba, a escola do Espiritismo, onde trabalha o médium Francisco Cândido Xavier é o “quartier latin” da espiritualidade. Se é certo que Paris, ainda hoje, se constitui na “esquina do mundo”, ponto de encontro da mais exótica população do globo, polarizando, em torno da Sorbonne, a atenção de quantos almejam uma diretriz intelectual, não é menos verdade que a cidade mineira tornou-se o centro da orientação espiritual no Ocidente.
Não há exageros no que afirmamos. O mundo caminha para a Era do Cristo, e a Universidade do futuro começa em Uberaba. À maneira socrática, essa escola viva marca pelo exemplo. Todos nós que em encarnações passados nos desviamos da lei do amor, utilizando poder e sexo para ferir e desvirtuar a lei divina, encontramos na exemplificação do Espiritismo uma alavanca de sustentação muito forte para a procura da reforma interior.
Ponto de encontro de uma exótica população espiritual, onde são muitos os nobres e intelectuais fracassados; os comandantes e artistas decepcionados ante os desvios da verdadeira rota, a escola espírita de Chico Xavier galvaniza a atenção de quantos sintam o anseio evolutivo, transformando os corações pelo poder, por ora imensurável, da humildade. O “quartier latin” brasileiro é muito mais importante, porque instrui para a vida eterna. Não há necessidade de se falar muito com Chico Xavier… e você verá nesta reportagem o porquê. Basta sentir e aplicar o exemplo que ele nos oferece: “Disciplina e trabalho, devotamento sincero à causa de Jesus”.
Como não podia deixar de ser, conhecemos Augusto César Vanucci em Uberaba, quando lá também se encontrava nosso prezado amigo Wallace Leal Rodrigues, de Araraquara. Doze anos depois, reencontramo-lo ainda mais amadurecido para as realidades espirituais ao lado de Ingrid, sua valorosa companheira, que enriqueceu sua vida com dois lindos garotos e a paz doméstica. Ainda uma vez, Chico Xavier polarizou nossas mentes para oferecer o melhor de nós mesmos, no árduo campo da divulgação espírita. É um desafio permanente que não vamos deixar passar…
Folha Espírita – Quando o Espiritismo aconteceu em sua vida?
Augusto César – O Espiritismo aconteceu na minha infância, em Uberaba. Eu estava enfermo e ia ser operado do apêndice. Meus pais consultaram, então, os Espíritos, através de dona Maria Modesto e do Dr. Inácio Ferreira, no Centro Espírita Uberabense. O doutor Inácio, ouvindo a médium, deu uma informação que foi decisiva: “O problema do Vanucci é do pulmão. Não operem o apêndice”. Aí fomos ao médico, e ele deu gostosas gargalhadas quando papai lhe transmitiu a opinião dos Espíritos. Aparentemente, eu era forte como um touro, e ele disse que era uma coisa impossível. Mas eu continuava com febre alta… No dia da operação, por desencargo de consciência, meu pai mandou que se fizesse uma chapa, e realmente, eu tinha uma sombra no pulmão.
FE – E você aceitou a Doutrina Espírita?
Augusto César – Depois de tudo isso, eu passei a frequentar a União da Mocidade Espírita de Uberaba, porque eu gostava muito de cantar nas reuniões que se faziam lá, mas, por força das circunstâncias, eu assistia às aulas do Pepão (apelido carinhoso com o qual designávamos o Ilustre professor Carlos Pepe, hoje, distribuindo seus conhecimentos na Universidade de Uberlândia). Eram apaixonantes as aulas que ele dava na União, e eu nem sequer podia calcular a importância que aquelas aulas teriam em minha vida.
“Antes de sair de Uberaba, eu ficava inquieto. Trabalhava na Rádio, e a intuição já me prevenia quanto ao futuro. Assistia a um filme nacional e já me via integrado no cinema em dias bem próximos. Fazia teatro, gostava muito, mas sentia-me, ao mesmo tempo, terrivelmente cansado. Era como se a experiência estivesse se repetindo. Eu estava cheio de ânimo, mas, nos escaninhos de minh’alma sentia-me terrivelmente cansado, como se partisse para uma luta por um trajeto já percorrido, anteriormente.”
FE – E você sentiu dificuldade no começo?
Augusto César – Na realidade tudo aconteceu de maneira espantosa. Cheguei ao Rio em um dia, fiz o teste no dia seguinte – tirando o primeiro lugar – e no dia imediato a Renata Fronzi chamava-me para trabalhar no teatro… No terceiro dia no Rio de Janeiro, eu estava empregado numa companhia de teatro.
“Tudo aconteceu de maneira turbilhonante. Minhas experiências sucederam-se um tanto desordenadas! Lembro-me que numa noite de temporada senti, pela primeira vez, a necessidade de Deus. Embora estivesse fazendo aquilo de que gostava, senti um vazio muito grande dentro de mim. Recorri à Igreja. Parei à porta de uma igreja fechada e, pela primeira vez, senti necessidade de orar. Orei e me acalmei.”
FE – Você, continuou bem?
Augusto César – Na verdade as coisas não caminhavam bem, tudo andava errado, mas quem andava errada era a minh’alma mesmo. Uma série de acontecimentos desajustados fizeram-me lembrar do Espiritismo, das lições que eu escutara na União da Mocidade Espírita de Uberaba, as aulas do professor Carlos Pepe. Nessa ocasião, eu morava em frente a um centro espírita, a Rua Nascimento Silva, em Ipanema. Então, comecei a frequentar o centro e a recordar as lições da minha infância. E foi aí que cometi o meu primeiro erro com respeito ao Espiritismo. Tornei-me de tal maneira fanático que julgava que o meu grupo era o dono da verdade. O meu grupo ia fazer companhia de teatro, de rádio, tudo da gente. Só a gente sabia das coisas, esquecendo completamente Kardec. Então, o tombo foi desastroso. Eu caí e, à minha volta, também várias pessoas. Uma queda de muitas decepções e de muito sofrimento.
“Nos momentos decisivos de minha vida, a presença de Chico foi assim como um termômetro da alta e da baixa de minha existência. Nos momentos em que estava para tomar grandes decisões, eu corria a Uberaba. Ele não precisava falar nada. Os acontecimentos sucediam-se: a transformação da vida, do objetivo, a busca gradativa do equilíbrio, tudo vinha das pequenas e rápidas visitas que eu fazia ao Chico.”
FE – Está ligado a algum núcleo espírita no momento?
Augusto César – Depois daquela experiência negativa, fiquei desorientado, com a mediunidade à flor da pele. Nesse período, conheci um rapaz semialfabetizado, com muito boa mediunidade e, por força do carma do passado, fui chamado à orientação desse rapaz. E das nossas conversas sobre a necessidade de Allan Kardec, surgiu um pequeno núcleo que foi florescendo, cresceu muito e hoje é bastante grande, embora seja bastante humilde e bastante pobre. Em parte, acho muito bom porque o nosso núcleo segue um pouco afastado das disputas que assisti dentro do Espiritismo ou das soberbas que conheci no Rio, de grandes ideias e muito pouco Cristianismo.
“Eu sempre conversava com a Dolores Duran sobre o Espiritismo, sobre a imortalidade da alma, e a Dolores se foi da maneira violenta que sabemos. Mais tarde, surgiu Dolores em uma de nossas reuniões do Centro Seareiros de Jesus, em Caxias. Já havia passado a aflição maior e pudemos conversar novamente. Também recebemos a visita espiritual de Zaquias Jorge. Nossas amigas solicitavam que se organizasse um grupo para atendimento dos artistas desencarnados. Essas reuniões foram feitas, e foram surgindo os meus companheiros de teatro, o Mesquitinha, o Glaucio Gil, o Leopoldo Froes que eu não conhecera, a Conchita de Moraes e uma série de outros. A Conchita fazia reuniões com Ducina, na sua casa; era uma excelente médium. Os Espíritos foram surgindo e trazendo os nossos companheiros desencarnados para o primeiro atendimento, como se fosse um posto de socorro. E foi dito que era o oásis de muitos artistas encarnados e desencarnados. Hoje, dez anos de reuniões já transcorridos, sinto que vou consolidando o meu amadurecimento, a vontade realmente de viver, e não de usar o Espiritismo.”
FE – Como você se sente agora?
Augusto César – Você sabe, antes eu ia às reuniões por necessidade, porque sabia que não me sentiria bem se não fosse. Hoje não. É uma questão de equilíbrio, agora o amadurecimento leva-me ao trabalho espiritual por amor.
FE – Mas o meio ambiente em que você trabalha não é nada fácil. Com a responsabilidade que você tem, deve ser difícil manter o equilíbrio, não é mesmo?
Augusto César – De fato, é preciso muito auxílio dos Espíritos, porque tenho de procurar entender os meus colegas, o desajuste, o desequilíbrio, a desarmonia do meio ambiente e todas as lutas internas e mentais, sabendo, antecipadamente, que todo artista nato é um médium em potencial. Tanto é verdade que a classe de artistas de teatro e televisão, em sua maioria, intitula-se espírita, mas na verdade, não o é. “Sou espírita”, dizem; mas é que eles usam muito a alma no seu dia a dia e, às vezes, o fazem de maneira muito pouco construtiva; não de maneira errada – pois não posso e não devo julgá-los –, mas usam a alma para a segurança de seus trabalhos e para se situarem na posição artística.
FE – E o Espiritismo nos modernos meios de comunicação?
Augusto César – Trabalhando em uma posição de comando junto a artistas, uso a televisão, sempre que possível, como um veículo de harmonia, de maneira sadia, e mesmo os programas de humor, tento fazer com que sejam o mais sadio possível. Isso tem sido um aspecto importante, e acredito que graças ao Espiritismo consigo manter um pouco essa vigilância.
FE – Augusto César, você como supervisor geral de um programa tão importante como o Fantástico, como o vê do ponto de vista espírita?
Augusto César – Acontece que este é um programa muito importante e muito perigoso. O Show da Vida é de tal maneira cheio de magia, de hipnose, que é um programa de grandes riscos, para se manter com dignidade, para sustentar a linha de harmonia, enfim, para que possa ser um programa o mais positivo possível. Ele tem que fazer muito show da vida, mas com muita humanidade, com muito amor. E isso para os olhos duros da televisão nem sempre é possível.
FE – Mas vocês têm conseguido momentos extraordinários. Acredito mesmo estar vendo quadros espirituais de muita beleza, lembrando certas cenas descritas por André Luiz…
Augusto César – Em um de nossos programas passados, inserimos um texto maravilhoso: a música das plantas, das árvores, dos insetos. Harmonia e sinfonia maravilhosas! E tudo isso das plantas! O medo de uma planta quando alguém cortou suas folhas ou a flor, o sentimento que ela registra. É um mundo fantástico. Acho que de tão maravilhoso que sensibiliza e obriga a criatura a pensar um pouco em Deus. E todas as vezes que um programa de televisão consegue atingir isso, está cumprindo a sua missão e a sua razão de ser.
FE – Realmente, a televisão mudou a nossa era… Augusto César – Acredito que os meios de comunicação vão passar por uma grande transformação. Creio mesmo que a era do Cristo está muito próxima, e os veículos de comunicação deverão ter suas baterias voltadas para a realidade, para a harmonia, para o equilíbrio, já que a grande massa pode receber, de uma só vez, através de um veículo como a televisão, aquilo que Paulo de Tarso fez, caminhando entre milhares de pessoas, em muitos países, durante anos consecutivos, para levar a palavra do Cristo. A televisão pode fazer isso, instantaneamente, e acho que ela vai chegar a isso. Espero estar cumprindo uma razão de vida, se conseguir representar uma parcela bem pequenina, mas uma parcela positiva, nisso tudo.