AMIGO FOLHA ESPÍRITA
Você pode ajudar a divulgação da Doutrina. Colabore com a Folha Espírita e faça a sua parte
Quero ContribuirABRIL/2024
irMARÇO/2024
irFEVEREIRO/2024
irJANEIRO/2024
irDEZEMBRO/2023
irNOVEMBRO/2023
irOUTUBRO/2023
irSETEMBRO/2023
irAGOSTO/2023
irJULHO/2023
irJUNHO/2023
irMAIO/2023
irABRIL/2023
irMARÇO/2023
irFEVEREIRO/2023
irJANEIRO/2023
irDEZEMBRO/2022
irNOVEMBRO/2022
irOUTUBRO/2022
irSETEMBRO/2022
irAGOSTO/2022
irJULHO/2022
irJUNHO/2022
irMAIO/2022
irABRIL/2022
irMARÇO/2022
irFEVEREIRO/2022
irJANEIRO/2022
irDEZEMBRO/2021
irNOVEMBRO/2021
irOUTUBRO/2021
irSETEMBRO/2021
irAGOSTO/2021
irJULHO/2021
irJUNHO/2021
irMAIO/2021
irABRIL/2021
irMARÇO/2021
irFEVEREIRO/2021
irJANEIRO/2021
irDEZEMBRO/2020
irNOVEMBRO/2020
irOUTUBRO/2020
irJulho de 2025
irEstudo da UFJF revela relação entre religiosidade e felicidade em crianças; psicólogo e educador espírita analisam os resultados e explicam por que falar de espiritualidade desde cedo faz diferença

Uma pesquisa conduzida pelo Núcleo de Pesquisas em Espiritualidade e Saúde (Nupes), da Universidade Federal de Juiz de Fora, confirmou algo que muitos pais e educadores já intuíram: crianças religiosas tendem a ser mais felizes. O estudo, coordenado pela psicóloga Vivian Hagen, encontrou uma associação consistente entre espiritualidade e bem-estar, independentemente da religião professada. “Quem se considera religioso tem 80% mais chance de se considerar feliz do que quem não se considera religioso”, explica Vivian, que apresentou os resultados em parceria com a professora Mary Lynn Dell, coordenadora da Seção de Espiritualidade da Associação Psiquiátrica Americana.
Para compreender as implicações desse achado para a educação e a formação espiritual, a Folha Espírita ouviu o psicólogo e psicanalista Rossandro Klinjey e o educador espírita Walther Graciano Jr., que analisam como religião, felicidade e papel dos pais se entrelaçam na construção da infância.
“A infância é um tempo de sementes”, afirma Rossandro Klinjey. Para ele, apresentar conceitos espirituais às crianças é uma forma de ajudá-las a navegar pelas perguntas inevitáveis da existência – Quem sou? Para que estou aqui? O que acontece quando sofro ou quando morro? “Ensinar religião desde cedo não significa impor dogmas, mas oferecer mapas simbólicos para que a criança caminhe pelas perguntas inevitáveis da existência”, acrescenta.

“Os pais ajudam quando transmitem a fé como herança de sentido, não como sentença de medo”(Rossandro Klinjey)
Walther Graciano Jr. lembra que, do ponto de vista espírita, o início da vida é um período privilegiado para a formação moral: “Ao reencarnar, o Espírito está mais sensível, aberto ao aprendizado e pronto para receber as primeiras impressões que o acompanharão por toda a jornada. Educar espiritualmente desde a infância é um ato profundo de amor”. Ele destaca ainda que a Evangelização infantil, proposta pela Doutrina Espírita, tem caráter de formação crítica e libertadora: “não apenas transmitir regras, mas ajudar a criança a compreender que a fé pode ser raciocinada e vivida com liberdade”.
Os resultados da pesquisa confirmam que religiosidade é um fator de proteção emocional. Para Klinjey, a fé é um recurso psicológico poderoso: “A fé atua como um amortecedor emocional frente às dores inevitáveis. É como uma chama que arde dentro da noite escura, oferecendo calor e direção”.
Graciano complementa: “Quando uma criança cresce entendendo que pode transformar o mundo com pequenos gestos de bondade, ela desenvolve autoestima, confiança e senso de responsabilidade – sentimentos que são a base da verdadeira felicidade”.
Os dois especialistas concordam que a participação dos pais é fundamental, mas a forma de conduzir a educação espiritual faz toda a diferença. “Os pais ajudam quando transmitem a fé como herança de sentido, não como sentença de medo”, alerta Klinjey. “Atrapalham quando usam a religião como forma de controle em vez de inspiração”.

“Os pais devem mostrar o caminho sem obrigar, educar sem impor e inspirar sem aprisionar” (Walther Graciano Jr.)
Graciano reforça que oferecer formação espiritual é parte do dever da paternidade e da maternidade: “Os pais devem mostrar o caminho sem obrigar, educar sem impor e inspirar sem aprisionar. Quando compartilham a fé com naturalidade e amor, ajudam os filhos a se tornarem adultos mais conscientes e preparados para viver em harmonia com as leis divinas”.
O que mostrou a pesquisa:
A pesquisa de Vivian Hagen – que, como a própria autora ressalta, não é única, havendo outros trabalhos semelhantes com populações mais amplas – ecoa um ponto central da pedagogia espírita: educar espiritualmente não é doutrinar, mas, sim, despertar.
Ao apresentar às crianças valores como compaixão, perdão e responsabilidade desde cedo, pais e educadores lhes oferecem ferramentas para enfrentar os desafios da vida com mais equilíbrio, esperança e alegria.
OLIVEIRA, Vivian Hagen Antônio. Religiosidade, espiritualidade e felicidade na infância e adolescência. 2019. Dissertação (Mestrado em Saúde) – Universidade Federal de Juiz de Fora, Juiz de Fora, 2019.