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Envelhecer não deve ser sinônimo de solidão

O envelhecimento é um tema atual. As reflexões acerca dele sempre se farão necessárias e representam um convite à grande reflexão. Comecemos por uma breve história: João, 79 anos, ficou viúvo recentemente. Sua esposa, Edith, de 72 anos, faleceu por disfunções de múltiplos órgãos após internação prolongada no hospital. Ela tinha muitos problemas de saúde que se avolumaram e a deixaram cada vez mais frágil. O casal tem dois filhos e três netos, que moram no exterior. João é aposentado, e o casal vivia um para o outro. O relacionamento sempre foi de muito carinho, amor e companheirismo. João tinha muitos amigos, e boa parte deles desencarnou. Nunca foi muito de ter vida social em ambientes como academia ou igreja.

Essa história fictícia é, na verdade, um breve relato de histórias frequentes que eu, você e qualquer outra pessoa comum já deve ter encontrado. Sabemos que a expectativa de vida do brasileiro é, em média, de 76,6 anos. E com as famílias cada vez menores e os filhos mais distantes por circunstâncias da vida, é natural que o envelhecimento seja acompanhado por momentos de perdas, distanciamento e necessidade de readequação e enfrentamento.

A solidão e a solitude são conceitos distintos. Enquanto a solidão se traduz em um sentimento de isolamento e tristeza por estar só, a solitude é a escolha consciente e positiva de viver mais sozinho. Os efeitos de cada um deles na saúde física e mental são bem diferentes. A solidão, geralmente, influencia negativamente o funcionamento de áreas cerebrais como o córtex pré-frontal, a amígdala e o hipocampo, regiões responsáveis pela regulação emocional, memória e tomada de decisão. É como se o indivíduo vivesse numa situação crônica de estresse. Já a solitude carrega voluntariamente o desejo de estar a sós para atividades como meditação, estudo e trabalho, trazendo sentimentos de paz, tranquilidade e satisfação pessoal.

Os efeitos da solidão, nos tempos atuais, não têm sido observados apenas em pessoas idosas. Dados publicados no Relatório da Comissão sobre Conexão Social da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que uma em cada seis pessoas no mundo é afetada pela solidão (Laboissière, 2025). A frase do diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom, é assertiva quando diz: “Nesta era em que as possibilidades de conexão são infinitas, cada vez mais pessoas se sentem isoladas e solitárias”. O relatório mostra também que a solidão afeta jovens e pessoas que vivem, sobretudo, em países de baixa e média renda. Estima-se que a solidão acometa uma entre três pessoas idosas e um a cada quatro adolescentes.

Na obra Velhice: fase de regeneração do Espírito, de Abel Glaser e Adriana Glaser, pelo Espírito Cairbar Schutel, o autor espiritual traz a reflexão de que, por sermos seres sociáveis, a solidão tende a ser um sentimento negativo, no qual o indivíduo passa a ter uma visão de mundo mais pessimista, com contrariedade frequente e desesperança. Em relação aos pensamentos, é comum que o solitário, “vivente da solidão”, abandone o contato com outras pessoas, alimente, algumas vezes, sentimentos introspectivos ruins e não se coloque muito aberto para ampliar sua capacidade de amar o próximo.

O autor também destaca que a solidão pode fazer parte de um processo ou fase de expiação, ou uma prova a ser vencida. Afirma que a solidão não é um recurso adequado para o progresso espiritual. Geralmente, o sentir-se desamparado e abandonado facilita o aparecimento de maus sentimentos, aprofundando o ser em estado mais duradouro de tristeza e melancolia. É como se a solidão impedisse o ser de se desenvolver nas diversas formas de caridade e fraternidade.

Morar sozinho é bem diferente de estar sozinho ou sentir solidão. Não raro, encontramos pessoas que moram com seus entes familiares e que não se sentem amparadas por eles, ou seja, sentem-se sós. O autor destaca na obra uma informação primordial: as comunidades espirituais elevadas são uma das provas de que o convívio fraterno entre os Espíritos é inegociável, pois as trocas, as experiências, o trabalho em comum e o esforço de aprender a lidar com as diferenças são formas de aprendizado no bem e de cultivo do amor.

Por fim, cabe uma última reflexão encontrada na obra referida: “A velhice não é uma cabana no ermo da vida, onde se cultua apenas a individualidade até se atingir o desencarne; ao contrário, cuida-se da fase derradeira da reencarnação, de onde se devem extrair todas as forças possíveis para conviver, aprendendo o bem que deixou de ser vivido e desaprendendo o mal porventura praticado”.

Desejo um Feliz Natal a todos os leitores e um 2026 de muitas realizações e de muitos aprendizados nas trocas e na convivência fraterna!

Luís Gustavo Mariotti é médico com especialização em Geriatria pela Escola Paulista de Medicina, com área de atuação em Medicina Paliativa, e coordenador do Departamento de Cuidados Paliativos da Associação Médico-Espírita do Brasil (AME-Brasil).

Referências

LABOISSIÈRE, Paula. OMS: uma em cada seis pessoas no mundo é afetada pela solidão. Agência Brasil, 1º jul. 2025. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/geral/noticia/2025-07/oms-uma-em-cada-seis-pessoas-no-mundo-e-afetada-pela-solidao. Acesso em: 30 nov. 2025.

SCHUTEL, Cairbar (Espírito). Velhice: fase de regeneração do Espírito. Psicografado por Abel Glaser e Adriana Glaser. Matão, SP: Casa Editora O Clarim, 2021.

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