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A felicidade e sua influência na saúde e na longevidade

Você já parou para refletir: afinal, o que é felicidade? O que realmente lhe traz bem-estar? Há 87 anos, pesquisadores de Harvard iniciaram, nos Estados Unidos, um dos estudos longitudinais mais relevantes já conduzidos. Durante décadas, acompanharam a trajetória de jovens – alguns estudantes da própria universidade e outros moradores de bairros populares de Boston. A cada etapa, o objetivo era o mesmo: descobrir quais fatores sustentam uma vida mais feliz e saudável. O achado central pode soar simples, mas é profundo: a qualidade dos relacionamentos é o principal determinante da felicidade, da saúde e da longevidade.

O livro Uma boa vida: como viver com mais significado e realização reúne esses achados de forma envolvente. Nele, os autores Marc Schulz e Robert Waldinger relatam os resultados do Estudo de Desenvolvimento Adulto de Harvard, o mais longevo já realizado sobre felicidade e bem-estar. A obra mostra, por meio de histórias reais, que nunca é tarde para fortalecer laços e que relacionamentos de qualidade exercem impacto direto na saúde mental e física.

Nas últimas décadas, o tema deixou de ser apenas campo da filosofia e ganhou status científico, consolidando a chamada Happiness Science ou “ciência da felicidade”. Universidades de prestígio já oferecem cursos específicos sobre o assunto, e periódicos internacionais, como o Journal of Happiness Studies, vêm reunindo pesquisas cada vez mais robustas.

Existem diferentes formas de compreender a felicidade. Uma delas foca em dimensões cognitivas, como satisfação com a vida, experiências prazerosas e emoções positivas. Outra perspectiva examina os processos que sustentam o funcionamento psicológico saudável: propósito, crescimento pessoal, cultivo de virtudes, otimismo, esperança, resiliência e autodeterminação.

Contudo, a vida cotidiana nos expõe constantemente a desafios, perdas e tensões emocionais, o que pode afetar nossa sensação de bem-estar. Quando tais situações se prolongam, mantendo o organismo em estado de “luta ou fuga”, ocorre desgaste físico e psicológico. O hormônio cortisol é considerado o elo central entre o estresse crônico e o adoecimento, estando associado a maior risco de doenças cardiovasculares, acidente vascular cerebral, diabetes, hipertensão, depressão, ansiedade e até menor expectativa de vida.

A ausência de vínculos sociais aprofunda esse cenário. Um estudo longitudinal realizado no Reino Unido (2017-2021) mostrou que a solidão não é apenas consequência de infelicidade, mas também uma de suas causas diretas, reduzindo significativamente a satisfação com a vida. Outras pesquisas apontam que a falta de conexões sólidas aumenta em 50% o risco de morte precoce – impacto comparável ao de fumar 15 cigarros por dia, sendo ainda mais nocivo que a obesidade ou o sedentarismo. Em outro estudo, conduzido na Suécia com pessoas idosas acima de 75 anos, aqueles que mantinham bons relacionamentos com familiares e amigos apresentaram risco bem menor de desenvolver demência.

Mais gratidão, menos mortalidade

Outro recurso poderoso é a espiritualidade, sobretudo quando vivenciada por meio da gratidão. Um estudo publicado em julho de 2024, no JAMA Psychiatry, envolvendo mais de 49 mil mulheres idosas, revelou que aquelas com níveis mais elevados de gratidão apresentaram risco 9% menor de mortalidade nos quatro anos seguintes, mesmo após o controle de fatores como saúde física, situação econômica e bem-estar psicológico. A gratidão, portanto, mostrou-se um verdadeiro fator protetor contra doenças cardiovasculares, câncer e enfermidades neurodegenerativas.

A psicologia positiva e a ciência do bem-estar oferecem estratégias simples, mas eficazes, para cultivar felicidade no cotidiano. Entre elas:

  • praticar atividade física regularmente – caminhar, pedalar, correr ou realizar exercícios de resistência libera neurotransmissores como a serotonina, que melhoram o humor. Recomenda-se dedicar pelo menos 30 minutos a atividades moderadas, cinco vezes por semana;
  • valorizar os pequenos prazeres diários – reservar tempo para apreciar um café, assistir ao pôr do sol ou ouvir uma música favorita ajuda a neutralizar os contratempos do dia e amplia a sensação de bem-estar;
  • simplificar escolhas – o excesso de opções pode gerar arrependimento e ansiedade. Reduzir a quantidade de decisões cotidianas traz clareza e leveza, motivo pelo qual práticas de meditação e retiros espirituais adotam rotinas simplificadas.

Que a reflexão sobre o tema felicidade seja um convite para que sejamos mais ativos, ampliemos nossas amizades, fortaleçamos vínculos afetivos e busquemos novos propósitos. Que nunca percamos a disposição de aprender, compartilhar experiências e praticar o bem. E que a gratidão faça parte da nossa rotina, lembrando-nos de que é ao oferecer algo ao próximo que encontramos uma forma mais duradoura e profunda de felicidade, aquela que ilumina não apenas os nossos dias, mas também a nossa alma.

Luís Gustavo Mariotti é médico com especialização em Geriatria pela Escola Paulista de Medicina, com área de atuação em Medicina Paliativa, e coordenador do Departamento de Cuidados Paliativos da Associação Médico-Espírita do Brasil (AME-Brasil).

Sugestão de leitura

SCHULZ, Marc; WALDINGER, Robert. Uma boa vida: como viver com mais significado e realização. Rio de Janeiro: Sextante, 2023.

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